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Rio de Janeiro: tradição e modernidade

By maio 29th, 20193 Comentários
Vista panorâmica do Rio de Janeiro

Quando se fala em Brasil no exterior, o Rio de Janeiro é a cidade que vem à mente das pessoas. É o Cristo de braços abertos que convida a todos a conhecerem o país tropical que encanta os curiosos, os “corajosos”, os que deixam o medo de lado e se deixam seduzir pelos seus encantos. Ele é a porta de entrada a esse mundo simpático, amigável e sorridente, cheio de belezas naturais e lugares de tirar o fôlego. Mas é possível conhecer o Rio de Janeiro em 2 dias?

Rio de Janeiro em 2 dias

O fato é que o Rio de Janeiro continua lindo, como sempre – e agora, além de lindo, está mais moderno e tem novas atrações que precisam ser conhecidas. E esse é o objetivo desse post: mostrar um pouco dessa nova faceta da cidade, que pode ser conhecida em um curto espaço de tempo.

Pontos turísticos do Rio de Janeiro

Foto: Alexandre Macieira / Riotur

Como só tínhamos 2 dias para visitá-lo, tivemos que improvisar e fazer o tempo render. E por que só 2 dias? Porque a viagem aconteceu no feriado da Semana Santa, e era a primeira vez do José no Brasil. Queríamos que ele guardasse na retina algumas imagens bonitas na sua primeira viagem e, por isso, o que era pra ver uma visita a meus pais em Curitiba se converteu em uma visita familiar mais curta (4 dias e meio) com paradas estratégicas de 2 dias no Rio de Janeiro e 2 dias em Foz do Iguaçu, que também foram aproveitadas para colher dados e escrever matérias para o blog.

Por isso, dividimos nossa visita à Cidade Maravilhosa em 2 partes: no primeiro dia visitamos o Rio de Janeiro mais tradicional e, no segundo dia, vimos o Rio de Janeiro mais moderno que surgiu depois da realização dos Jogos Olímpicos de 2016.

A primeira visita foi ao Cristo Redentor. Subimos com o trem do Corcovado, que nos leva até a base da estátua que é o símbolo mais conhecido internacionalmente em 20 minutos. O caminho vai pelo meio do Parque Nacional da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo. O preço (ida e volta), nos fins de semana e feriados, é de R$74; de segunda a sexta-feira é de R$61. O ticket tem hora marcada, dá acesso ao monumento do Cristo e pode ser adquirido nesse link.

Também dá pra subir uma parte de carro, outra em veículos credenciados, e até a pé: há escadas e um caminho que passa no meio da floresta. Mas o trem é bastante confortável, o caminho é bem verdinho, cheio de árvores e animais nativos, e você economiza energia pra gastá-la com as vistas lá de cima.

Trem do Corcovado Rio de Janeiro

Floresta da Tijuca no trem do Corcovado

Assim que chegamos aos pés do Cristo Rendentor, o José disse que pela primeira vez se deu conta que realmente estava no Brasil. A estátua impressiona, bem como as vistas da cidade que podem ser contempladas se as condições climatológicas ajudam. Como nem sempre sai tudo perfeito, dessa vez não tivemos vistas – mas a principal, que é o Cristo Redentor, dava pra ver perfeitamente e pudemos fazer a típica foto de turista com os braços abertos sobre a baía de Guanabara.

Cristo Redentor Corcovado

Em um dia de sol, o Cristo é visto assim:

Cristo Redentor no Rio de Janeiro

Foto: Alexandre Macieira / Riotur

Alguns dados sobre o Cristo:

  • Localização: no bairro Cosme Velho, alto do morro do Corcovado
  • Materiais usados: concreto armado e pedra sabão
  • Medidas: 30 metros de altura (mais 8 metros do pedestal), 28 metros entre os braços (de ponta a ponta)
  • Peso: 1.145 toneladas
  • Tempo de construção: 9 anos (de 1922 a 1931)
  • Custo de construção na época: 250 mil dólares

Nossa segunda parada do dia foi para almoçar na tradicional churrascaria Palace, que fica bem ao lado do famoso hotel Copacabana Palace. Detalhe: eram 12:30 da manhã e na Espanha se come às 15:30, ou seja, 3 horas depois. Às 12:00, na Espanha, é costume tomar o “almuerzo”, que é na verdade um segundo café da manhã para enganar o estômago e esperar a hora do almoço de verdade. Mas, como diz o ditado daquele país, “donde fueres, haz lo que vieres”, fomos degustar um autêntico rodízio de carnes brasileiro no horário do café da manhã espanhol 😉

Interior da Churrascaria Palace no Rio de Janeiro

Uma mesa de saladas, pratos frios e quentes, pão de queijo, sucos naturais de melancia e abacaxi com hortelã. Eu, feliz, tomando meus sucos favoritos, e o José provando tudo com curiosidade. O garçom começou a trazer as carnes à mesa, explicando pacientemente o que era cada uma. Quando vi, o José tinha uma montanha de carnes em seu prato. Mas ele provou cada uma delas, sobreviveu e ainda guardou espaço para uma sobremesa simples mas “muy rica”: banana na brasa com açúcar e canela. O lugar, fundado em 1951, é pequeno e bem aconchegante, com um serviço excelente. Adoramos!

Buffet de saladas da churrascaria Palace no Rio de Janeiro

  • Leia também o post da Camila com as dicas para aproveitar Paraty, uma cidadezinha muito charmosa que fica perto do Rio e que você vai se encantar!

Dali fomos de carro diretamente conhecer o Pão de Açúcar, que fica no bairro da Urca. A parte mais alta está a 395 metros acima do nível do mar, e um teleférico liga a Praia Vermelha ao Morro da Urca e, em seguida, ao Pão. O nome faz alusão aos blocos de açúcar extraídos da cana de açúcar que, depois de fervidos e apurados, eram colocados em formas de barro cônicas para serem transportados, as chamadas “pão de açúcar”. Como o monte se assemelha às tais formas, passou a ser chamado da mesma maneira.

Pão de Açúcar no Rio de Janeiro

Foto: Alexandre Macieira / Riotur

Se tivéssemos mais dias na cidade, certamente deixaríamos pra subir outra vez, já que estava completamente nublado. Mas como era agora ou nunca, apostamos que as nuvens poderiam se dissipar em algum momento, liberando alguma janela de vistas. Mas não teve jeito. Não vimos nada 🙁

Bondinho do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro

Nossa vista do Pão de Açúcar

Pão de Açúcar no meio da neblina

O bondinho escondido no meio da neblina

Teleférico do Pão de Açúcar

Essa é a vista do bondinho em um dia de sol. Foto: Alexandre Macieira / Riotur

Só descendo pro Morro da Urca, o mais baixo deles, é que pudemos ver a praia Vermelha, Botafogo, Flamengo e até outras praias e lindas vistas do mar. E também a cabine do primeiro bondinho, que funcionou de 1912 a 1972 e transportava 22 passageiros, e a do segundo, que funcionou até 2008 e transportava 75 passageiros por viagem. Por todas essas curiosidades, e conhecer os morros que estão em todas as fotos de cartões postais cariocas, valeu a pena subir.

O preço é de R$80 (estudantes até 21 anos pagam R$40) e os ingressos podem ser comprados tanto no local como neste link.

Praia Vermelha Rio de Janeiro

Foto: Alexandre Macieira / Riotur

Primeiro bondinho do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro

Dali fizemos um trajeto de 1 hora de carro até chegar ao nosso hotel, que ficava na outra ponta da cidade, no bairro da Barra da Tijuca. Foi bacana porque fomos passando por várias praias da orla e o motorista ia nos contando sobre cada uma delas. Nosso hotel era tudo o que precisávamos depois de mais de 10 horas de avião e um dia inteiro passeando pela cidade. Leia aqui sobre a nossa experiência no LSH Barra Hotel.

No dia seguinte, depois de aproveitar sem pressa a piscina e as vistas, fomos à segunda parte da nossa visita: a parte nova e moderna do Rio de Janeiro. Fizemos questão de ir em transporte público, já que havia uma estação de metrô perto dali. Nessa semana não se pagava para entrar no metrô, então descemos na Cinelândia e fomos comprar o ticket do VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos, que é como um tranvia ou um trem elétrico de superfície. Cada trecho custa R$ 3,80 e há 2 máquinas na própria parada do metrô – há que comprar um cartão e carregá-lo com o valor que você vai usar, ida e volta.

Bilhete único carioca

VLT Veículo Leve sobre Trilhos

Foto: Alexandre Macieira / Riotur

Com o VLT fomos até a área portuária da cidade, que foi revitalizada e batizada de Boulevard Olímpico. Primeiro visitamos o Museu do Amanhã, um museu de artes e ciências, cuja arquitetura é do famoso arquiteto espanhol Santiago Calatrava. O edifício, que lembra a Ciutat de las Arts de Valência, na Espanha (com projeto do mesmo arquiteto), impressiona e dá pra passar facilmente umas 4 horas lá dentro para ver tudo sem pressa. O objetivo do lugar é ampliar conhecimentos sobre de onde viemos e para onde vamos, as mudanças climáticas, ambientais e sociais que estamos vivendo.

Dentro do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro

As exposições são bem interessantes e vale a pena esperar na fila, se houver, para ver o vídeo que mostram logo no início, na frente do globo que representa o mundo. Mas o edifício, por si só, já é fantástico por dentro e por fora. Foi o que mais nos chamou a atenção.

A entrada custa R$20, mas se você for em uma terça-feira, ela sai grátis 😉 O museu fecha às segundas-feiras. Evite filas comprando a sua entrada online aqui.

Museu do Amanhã Rio de Janeiro

Foto: Alexandre Macieira / Riotur

De lá fomos caminhando e vendo os painéis do Kobra, um muralista brasileiro responsável pelo maior grafite do mundo, segundo o Guiness Book. São 15 metros de altura e 170 de comprimento retratando rostos indígenas de 5 continentes diferentes. Intitulado “Todos somos um”, o mural foi feito com 180 baldes de tinta acrílica e 2.800 latas de spray. O resultado é maravilhoso!

Painel Kobra Rio de Janeiro

Depois de 15 minutos de caminhada, chegamos ao AquaRio, um aquário marinho de 26 mil m2 e 4,5 milhões de litros de água, o que o destaca como o maior da América do Sul. Há vários tanques com diferentes espécies, mas o que mais chama a atenção é o tanque principal com vários exemplares das lindas arraias e dos temidos tubarões. Há um túnel transparente de vidro por onde você passa e se sente no meio do oceano.

Tubarão Aquário Rio de Janeiro

É ótimo para levar as crianças, principalmente para que participem de experiências como tocar alguns desses peixes – e aprender sobre eles. Também chamam a atenção os aquários virtuais, que fazem com que um desses bichos surja na sua mão e dá a ficha completa dele. O local tem um café com quitutes locais e um estacionamento. A entrada custa R$80, mas as pessoas nascidas no Rio de Janeiro pagam R$60, e estudantes até 21 anos pagam R$40. Compre-as online aqui e evite filas.

Aquário Marinho Rio de Janeiro

Foto: Alexandre Macieira / Riotur

Resumindo: se você tem só 2 dias na cidade, inclua no seu roteiro o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, porque rever estas lindas vistas sempre vale a pena, e vá conhecer também o Museu do Amanhã e o Aquário Marinho. São duas facetas bem diferentes da mesma cidade que vão surpreender e deixar boas lembranças.

Agradecemos o apoio integral da Rio Convention & Visitors Bureau, que não poupou esforços para garantir que nossa visita fosse bem aproveitada em todos os sentidos.

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Suzana

Suzana

Jornalista e travel blogger. Aprende o que o mundo ensina e inspira as pessoas a viajarem. Já morou na Finlândia, já trabalhou na Disney, fez o Caminho Inca e vai como peregrina a Santiago de Compostela frequentemente. Vive atualmente em Madri e continua transformando seus feriados e férias de 23 dias ao ano nos melhores períodos da sua vida.

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