Quem disse que é preciso ir pra um país de língua inglesa para aprimorar o inglês? E pra um país de língua espanhola para aprimorar o castelhano? Vamos aproveitar a multiculturalidade do mundo de hoje e saltar as regras e aprender onde estivermos! Afinal, foi na Califórnia que melhorei meu espanhol durante os 4 meses em que trabalhei na estação de esqui perto de Fresno…e é na Ásia que estou aprimorando meu inglês 🙂
Aprendi novos verbos que são bastante usados aqui (os australianos que me ensinaram): to be scamed (ser enganado). É um saco, no Vietnã principalmente, tem sempre gente querendo passar a perna em você, não dá nem pra confiar na pessoa do seu próprio hostal. Eles querem grana, claro. E te olham como uma fonte infinita de grana. Outro verbo usado: to lose face (perder o respeito). Quando você consegue provar às pessoas que elas estão erradas, elas acabam se sentindo humilhadas, sabe como? Pois é, nunca tinha usado nem ouvido essas expressões antes. Sim, há vantagens em ter outros extrangeiros como companheiros de viagem!
Agora outra coisa que percebi muito interessante: as pessoas que nunca aprenderam outro idioma não sabem bnem conjugar os verbos no seu próprio idioma! Alguém me explica isso? Eu tive classes de gramática em português e aprendi o “eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas”. Outro dia fui ensinar o verbo “to be” em espanhol pra 2 australianos e eles simplesmente não entendiam porque eu colocava os verbos nessa ordem, primeiro singular, depois o plural…e essa ordem pra eles não fazia sentido!! Daí eles me disseram que não aprendem assim…que eles aprendem falando…enfim, numa pequena e pacata vila do norte do Vietnã esses dois tiveram a sua primeira aula de idiomas na vida, aos 25 anos de idade, dada por mim 🙂 até agora eles devem estar decorando aquela ordem “eu, tu, ele, ela…”. E acho que eles vão lembrar de mim quando eles decidirem aprender algum outro idioma…(desculpa mas ainda acho que os que falam inglês como idioma materno são preguiçosos…só porque todo mundo se esforça pra aprender o idioma deles, eles acham que não precisam aprender nada mais!)
Que mais…
Ah sim, banheiro aqui é artigo de luxo. Você está numa viagem de ônibus e o motorista para a cada 3 horas e todo mundo corre pro meio do mato pra aliviar as suas necessidades fisiológicas…pra homem sempre foi mais fácil, mas as mulheres aqui se viram direitinho. Engraçado é vê-los depois lavando o pé (e não a mão)…claro, deve ter respingado né? Aaaaai que nojo! 😛 O pior foi num ônibus noturno que peguei. Percebi que ele só parava no meio do nada e só homens desciam. E minha vontade de fazer xixi acumulando. Desci da minha cama e fui pedir ao motorista que ele parasse num “toilet”. Daí em 5 minutos ele parou e me mostrou um grande terreno vazio e me disse, apontando para aquela imensidão noturna: “toilet”. E eu me desesperei: olhei pra todos os lados e não encontrava um lugar pra me esconder! Falei isso pra ele, ele concordou, entramos de novo e ele parou mais adiante num lugar com uma pilha de pneus. Não teve jeito, lá fui eu. Mas deu pra se esconder pelo menos. Eu levantava a cabeça e via o ônibus me esperando, à noite, por detrás daquela pilha de pneus. Pelo menos o “banheiro” tinha cheiro bom e era beeeem mais “limpo” se comparado com muitos outros lugares de paradas habituais de ônibus no Vietnã. Essas horas eu agradeço às minhas épocas de amiga de escoteiros e de acampar no meio da montanha, isso me tornou uma pessoa sem frescura e preparada pra essas situações 🙂
E os palitinhos então…nos restaurantes “normais” o máximo que te dão é uma colher e um garfo, faca não existe por estas bandas. E há um “porta talheres” cheio de palitos (chopsticks), que são os utensílios que 99% das pessoas usam. Isso sem contar os lugares que só têm esse tipo de “talheres”. Então, se as suas habilidades com os palitinhos estavam meio enferrujadas, aqui você vai sair um expert! O arroz é mais pegajoso justamente pra, grudando um no outro, facilitar o nosso trabalho. Os noodles, não sei como, acabam sendo até mais fáceis de comer com os palitinhos – e se for sopa você pega a colherinha pra poder dar conta do prato. Se você não sabia comer assim, vai aprender. E quando você acorda em um passeio de barco e, no café da manhã, tem um pratão de noodles te esperando (às 8 da manhã), sorria, pegue os dois pauzinhos e vá em frente: você é quase um asiático!
Pra aproveitar o Vietnã como um local você não pode ter frescura. Não pode ver as pessoas lavando os pratos e copos na rua (porque é quase um não-lavar). Porque comer na rua é parte da cultura deles, e é parte do que você deve fazer. Às vezes te dá dor de barriga, às vezes não. Mas com certeza seu corpo vai se auto-imunizando a cada investida a esses lugares de comida de rua. Muitas vezes elas são muito melhores que as de restaurantes, e em porções muito mais generosas. E com sorrisos das famílias que as preparam de brinde 😉
Ai Suz, nunca viajei com você (tirando a casa de praia da Carmen) mas como é bom viajar com você…conta mais!
é verdade né Ana Claudia!!! a gente não viajou muito…mas viajaremos 😀