Nos últimos anos, pra celebrar o meu aniversário, eu tenho escolhido fazer uma viagem pra um lugar inédito e, se possível, dormir em um hotel exótico, diferente, que tenha muito charme e seja único. No ano passado escolhi ir a Chefchaouen, mais conhecida como a cidade azul, que fica ao norte do Marrocos.
Já tinha Chefchaouen na minha lista há algum tempo. Conheci as cidades mais turísticas do Marrocos em 2009, numa viagem onde passei por Casablanca, Marrakech, Fez e o deserto do Sahara, e fiquei com vontade de mais. E chegou o momento, finalmente!
Chefchaouen, a cidade azul do Marrocos
O trajeto que fizemos, em março de 2018, foi o seguinte: voamos de Madrid a Tanger com a companhia low-cost Ryanair, e de lá pegamos um táxi a Tetuán, que não pudemos compartilhar com ninguém porque aparentemente ninguém naquele momento queria ir pra lá. Lemos em outros blogs quanto costumavam cobrar pelos táxis, e esse post do Viajamos Juntos (em espanhol) foi de grande ajuda. Mas, chegando lá, vimos que esses preços são meio tabelados por táxi. Então espere pagar esse valor ou um pouco mais, mas bem pouco, porque eles sempre encontram algum motivo pra querer te enganar pedir mais dinheiro.
Passamos algumas horas em Tetuán e adoramos! Contamos com a companhia de um guia que se colou a nós, puxando papo, contando coisas sobre a cidade, até que parei e perguntei quanto ele queria para guiar a gente e o que ele incluiria. Ele propôs levar a gente em um lugar local pra comer (metade do preço do restaurante que todos recomendam, e com uma comida caseira e boa), esperar a gente lá, e depois uma visita pela Medina da cidade, construída no século 17 e considerada Patrimônio Cultural Mundial, incluindo os tanques de curtir e colorir o couro e uma vista da praia. 4 horas com a gente por 70 dirhams, 7 euros aproximadamente. Topamos!
De lá fomos até a rodoviária e pegamos um táxi compartilhado, que chamam Grand Taxi – aí sim, puro estilo marroquino: 4 pessoas atrás, 2 na frente e mais o motorista. Pagamos uns 30 dirhams cada um de Tetuán até Chefchaouen, junto com outros marroquinos. Chegando lá, no centro da cidade, ninguém sabia onde estava o nosso hotel, que supostamente estava bem pertinho. Até que apareceu um táxi que sabia. Entramos junto com outra senhora. Ele virou a esquina e apareceu nosso hotel. Pra esse trecho de 2 minutos ele queria cobrar 20 dirhams, sendo que sabíamos que era um abuso. Nesses momentos, não sei como, mas o meu francês aflora e eu aumentei a voz e disse que estava mal, que tinha que ser 10 no total, porque não ficamos nem 2 minutos no táxi. A mulher defendeu o homem. Mas me mantive séria, dei 10 dirhams e saí. Vão me enganar na PQP, aqui não!
VIAGEM DE ANIVERSÁRIO: COMO É DORMIR EM UM HOTEL BOLHA NA FRANÇA?
Enfim, chegamos ao grande motivo da viagem a Chefchaouen. O hotel, escolhido a dedo, veio de uma dica do blog Mil y un viajes por el Mundo, que faz parte do Madrid Travel Bloggers, grupo de blogueiros do qual faço parte em Madrid. Eu tinha escolhido outro, mas quando vi algumas fotos e a descrição, mudei de ideia na hora.
Chama-se Residence Hoteliere Chez Aziz e custa 50 euros aproximadamente por quarto duplo, por noite, com café da manhã incluído. O preço pode mudar de acordo com a época que você for. Tem uma pontuação de 9,3 no Booking, ou seja, vale a pena mesmo!
Entramos no quarto e fiquei babando na decoração. Me sentindo enlouquecida com tantas cores, tantas formas, tantos detalhes – e isso que era de noite! Mas acho que de noite, com a iluminação indireta, ele tem o seu super toque especial!
Não tinha só um quarto. Era um quarto, uma sala, banheiro e cozinha, tudo em estilo árabe. E isso era tudo o que eu buscava 😀
Além disso, eles tinham detalhes incríveis. O café da manhã é servido no quarto. E é tão farto que não conseguimos terminar tudo! No primeiro dia veio com pães, pepino, tomate, ovos, queijo, azeitonas, chá marroquino, café, e aquele suco de laranja maravilhoso deles 😀
No segundo dia mudaram um pouco, e puseram umas panquecas maravilhosas, que pedi de novo em Asilah, a cidade pra onde fomos depois.
E o outro detalhe deste hotel é o chá marroquino servido 24 horas. Já fomos recebidos com um bule e o chá quentinho pra melhorar nossos ânimos (e melhorou!), mas quando o funcionário, filho do dono do lugar, nos disse que, quando quiséssemos, era só pedir e eles levavam, eu quase dei um abraço no menino!
No último andar tem uma terraça (coberta) com sofás enormes e vistas para a cidade. Infelizmente esse dia estava chovendo bastante e as vistas não eram das melhores, mas o azul predominante continuava lá. E nos justificaram que, como a cidade fica nas montanhas, a chuva é uma constante por lá. Principalmente no mês de março, que é quando fomos.
Mas fomos passear pela cidade mesmo assim. Cada cantinho mais fofo e azul que o outro! Tiramos muitas fotos e adoramos caminhar pelas ruas da medina – essa vez sim, sem guia, e bastava seguir os turistas (lá tem bastante, totalmente diferente de Tetuán, onde éramos os únicos).
Pra fazer uma foto bem perto da montanha onde se vê as casinhas azuis, a dica é comer no restaurante Casa Aladin, e de preferência depois das 15h, que já vai estar mais vazia e sem disputa de mesas. Eles também têm uma terracinha com altas vistas, que dessa vez estava vazia por causa da chuva. Mas aproveitamos uma pausa no aguaceiro e fomos lá ver. Uma graça!
O restaurante todo é muito fofo! Olha os outros salões.
Asilah – rumo ao mar!
Aproveitamos a viagem e também visitamos a cidade de Asilah, na costa. Pra chegar até lá, fomos de táxi até a rodoviária da cidade, depois de ônibus até a rodoviária de Tetuán por 20 dirhams (uma bagunça, e por sorte o motorista nos ajudou a encontrar o ônibus e até tirou um passageiro que não tinha pagado e estava lá ocupando o último lugar – e dá-lhe francês arranhado da Suzana), outro de Tetuán a Tanger por 15 dirhams mais as malas, 5 cada uma (essa regra ele inventou na hora), e de lá fomos em Petit Táxi até Asilah por 150 dirhams. Até achamos que era mais, e quando o motorista disse o preço, topamos na hora.
Ficamos só um dia, hospedados no Riad Aicha, que fica escondido dentro da Medina (basta ir perguntando até cruzar com alguém que saiba onde ele está) e tem o quarto e banheiro bastante espaçoso. Sua pontuação é de 8,9 no Booking.
A cidade é pequena, a Medina tem seus pontos curiosos, e a vista da praia é bonita, mas nos contaram que as pessoas se hospedam ali mas vão de táxi até outras praias melhores. Como o tempo não ajudava, nem fomos à praia. Mas passeamos bastante pelas ruas escondidas e adoramos!
Marrakech
As pessoas que vão ao Marrocos pela primeira vez costumam ir a Marrakech, o centro neurálgico daquele país. E vale a pena, aliás, é imprescindível.
Aproveito pra deixar dicas de hospedagem que meus amigos de Un blog de Palo e de Mapa y Mochila, que estiveram lá há pouco tempo, recomendam – eu estive há 10 anos, está na hora de voltar 😉 Em vez de um hotel tradicional, tente hospedar-se em um Riad, que é uma casa típica reformada e funciona como um Bed & Breakfast. Os riads do Marrocos têm muito encanto!
Riad L’Heure d’Eté, em plena Medina e perto da praça Djelma El Fna. Tem nota 8,7 no Booking.
Riad Dar Jaguar, também bem ao lado da famosa praça e com 8,5 de pontuação média no Booking.
Riad Al Karama, um pouco mais afastado e, por isso, mais econômico, mas com uma terraça genial e 8,7 de nota no Booking.
CONHEÇA OUTROS HOTÉIS QUE VALEM A VIAGEM:
LSH Lifestyle Hotel, no Rio de Janeiro
Casa Rural Los Ánades, em Guadalajara, Espanha
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Sin duda Marrakech es un lugar con mucho encanto. Enohorabuena por el post
Y para volver siempre. Gracias!